11 de janeiro de 2010

Morro Dois Irmãos II

Se me entregas teu corpo, entrega-me algum silêncio, alguma vontade frouxa de não mais querer, algum cheiro de nada que carrego para cama e percebo no sonho que era do mar ou de ti no mar ou de qualquer variante que um sorriso palermo não há de resgatar pela manhã, entrega-me uma manhã, não uma qualquer, mas aquela que não sabe dos teus olhos de outono e ainda faz alvorada. Assim me despojo desta pele abrasada. Menos: desenho teogonias e faço de ti minha pétrea companhia, ancestral, no agora, no nosso tempo, no tempo em que o violeta e duas sombras no ocaso não exigem uma rapsódia.

3 comentários:

Thais Monteiro Figueiredo disse...

havia uma coisa que quase sempre te dizia à ponta da pedra do arpoador: dois sopros na mesma dobra do mar.

Poem disse...

Olá Pequeno Lorca!
Mais que a saudade das nossas conversas de outrora, sinto falta desta sua poesia.
Grande beijo!

Darlan disse...

Caralho, cara! Lindo isso... tão sutil e arrebatador, muito bom!