Se me entregas teu corpo, entrega-me algum silêncio, alguma vontade frouxa de não mais querer, algum cheiro de nada que carrego para cama e percebo no sonho que era do mar ou de ti no mar ou de qualquer variante que um sorriso palermo não há de resgatar pela manhã, entrega-me uma manhã, não uma qualquer, mas aquela que não sabe dos teus olhos de outono e ainda faz alvorada. Assim me despojo desta pele abrasada. Menos: desenho teogonias e faço de ti minha pétrea companhia, ancestral, no agora, no nosso tempo, no tempo em que o violeta e duas sombras no ocaso não exigem uma rapsódia.
3 comentários:
havia uma coisa que quase sempre te dizia à ponta da pedra do arpoador: dois sopros na mesma dobra do mar.
Olá Pequeno Lorca!
Mais que a saudade das nossas conversas de outrora, sinto falta desta sua poesia.
Grande beijo!
Caralho, cara! Lindo isso... tão sutil e arrebatador, muito bom!
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