27 de abril de 2008

Ruas que sonhei

Começa, mas em arranjo de poucos... acordes: é sono. De sobrancelha baixa - é o peso da noite. A noite também é um arranjo. Silencioso. Um pacto: que nos fizéssemos dia, lua nova. Esqueça o cigarro e a bebida. Esqueça um livro novo e vitrines. Esqueça também aquela sombra. Para que o sorriso, por fim, dependa só dos dentes. É sono. De exceção. Chegar em casa e haver um cão, não haver aquela praia. Deitado, o horizonte de minha janela se aprofunda e cai. Há um mundo que eu queria às avessas. Desconcerto e... acordes: sim, é sono. As coisas seguem como uma segunda-feira. Revés de alvorada. Via cansada. Passa. Se caído, tido por morto: está vivo, é sono e sono é também derrota. Pois que já estava tarde numa além-clara manhã.

3 comentários:

Darlan disse...

Encontrei o blog por acaso e gostei muito do que li. Textos carregados de poesia simples, sonoros, musicais... muito bom!

Abraço.

disse...

Encontrei seu blog pq estava vendo seu perfil naquele site de relacionamentos, sabe? rs
Gostei muito. Posso 'linká-lo' no meu?
Se der me visite... não é tão bonito e bem escrito como o seu, mas é algo que gosto muito.
;)
Beijos.

x disse...

Oi!
Não encontrei o seu blog, não... Ele que veio atrás de mim! Eu tava lá quietinho...

Agora lendo, fiquei pensando que um blog é um espelho. Pra quem o afirma como um, mas pra quem nega que ele seja, também. Alguém podia dizer que nenhum texto é um espelho, mas eu diria que nenhum espelho é um espelho. Principalmente quando a gente se olha. Escrever um blog é se dar um certo espelho.

E, com a sua prosa, me vem a imagem do jovem Drummond, o solitário, mirando o próprio rosto refletido nas lentes douradas dos óculos do velho Drummond, dos anos de outono.

Não pude nada menos sintético para o momento.

bjo do
Mario