13 de março de 2008

Chuá Chuá

Tudo tem seu tempo, filho. Eu lembro. Do choro nos abraços quando era aniversário, natal ou qualquer outra data sem a menor importância. De que valem datas? Hoje sou eu, Porque estou sozinho e não respeito o tempo: danço no fim da festa; recolho meus carrinhos em meio a brincadeira. Escrevi leis quando era preciso paciência para certos vícios. Da casa, por exemplo. De Inezita Barroso, inclusive. Saudade, que ainda mora. De pouquinho em pouquinho, todo dia um gole. Do bom-dia. Do boa-noite. Eu lembro. Avanço e retrocedo meio a esmo, feito VHS. Difícil encontrar aquela cena. Eu lembro. Pelo hábito, roga por mim. Pra acertar meu relógio ao compasso do pulso. O rosário está guardado. Perdoa não rezar. Mas aceita essa modinha: metade luz fria, metade lampião de gás. A senhora faz falta, Dona Inês, muita falta.

2 comentários:

Pedro Penuela disse...

“Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas – de fazer balance, de se remexerem dos lugares.”
Guimarães Rosa

Thais Monteiro Figueiredo disse...

choro há 1 minuto.