16 de fevereiro de 2009

Lover man

Gastei uma hora para encontrar o mineiro, que disse: Quero ser amado por e em tua palavra / nem sei de outra maneira a não ser esta / de reconhecer o dom amoroso. Se não falo de amor, digo que estou apaixonado pela idéia do hálito da boca de uma palavra que faz girar a mó das águas de um não-março. Não entendam mal: se não existe em verdade, se não existe em mentira, existe no espaço entre duas unhas. Ponte avulsa. Vicário útero.

2 comentários:

Thais Monteiro Figueiredo disse...

Apesar dos pesares, é bom. Pra gente que gosta de ficar cutucando a coisa que pode doer, é bom. Quando dói é até um tipo de bem, se vc me entende. Pra gente que gosta de prender a respiração pra sentir o alívio de respirar, é bom. Pra gente que transforma aquele hálito na única forma aceitável de insuflar o peito já fraco, eu digo, é bom. Como aquele que só pode viver a coisa narrada e num lampejo toma forma - a forma é boa, melhor do que o som só.

Bruno S. disse...

Ah! O tipo de escrito teu que soa tão familiar... e que traduz alguns sentidos que eu, por talentos literários (ou falta de), não consegueria...