28 de fevereiro de 2010
Préludes, La cathédrale engloutie
Cobertores e lençóis tem o cheiro puro sangue das minhas noites. Íris da praia de um sorriso, abertos dentes de madrugada e seco pelo ocaso, pelo acaso seco: ecos de catedral pré-fabricada, falsos profetas e hosanas lâminas. Numa esquina daquele banho, a estranha arquitetura de poeira e três ou quatro fios do meu cabelo. A percussão das gotas era também disritmia de um monocórdio coração.
11 de fevereiro de 2010
Sábado em Copacabana
Na noite entre ondas de rapazes branco e preto. Perdido em infames jogos babélicos, bibliotecas imaginárias cujos cantos segredam jardins sob pretexto de saúde. Um desperado. Um plano de vingança sempre remoçado. São muitas mãos que exercitam meu corpo ao longe para que se garanta a saliva da linha. Vinde a mim. Desconfiam do sotaque. Sou daqui. O que não atinam é com a outra mentira, talvez por isso o estranhem. È strano, è strano. E antes de fechar a porta, arriscam: são violetas, camélias, margaridas? Não entendem o sorriso, mas suspeitam que seja adeus. Vão.
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