29 de maio de 2008
Para ver as meninas
Lugares para se viver - e vivo: num samba do Paulinho, num soneto de Verlaine, numa sonata de Debussy, nas noites de piscina, na disciplina de dormir e despertar, no sein und zeit, no cão em colo conhecido, no sorriso gratuito, no sofá sem luz, no meu silêncio, no silêncio.
8 de maio de 2008
Janelas abertas
Sim, eu poderia ignorar as brasas de junhos, para que eu continue uma bandeirola na manhã seguinte. Recolher os balões e evitar o esqueleto consumido em lume. Ou ainda fazer dos foguetes acalanto e despertar alguns anos adiante perguntando ao tempo por ti. Mas esta janela aberta, frente àquela estação de trem, ensinou-me muito cedo as ciências retilíneas: o sereno sobre a fogueira e as miudezas coletivas dentro da pólvora no formigueiro: o mau tempo e o susto de subterrâneas costuras da rotina - será ainda São João? Se já faz Sol e meu coração o assume, me preocupa o azul, ao fundo, que o sustenta.
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